Buscando dar visibilidade aos saberes das mulheres em distintos campos de atuação e com o tema “Trabalho, Cuidados e Bens Comuns”, o III CIFA será realizado entre 08 e 11 abril em Recife (PE).

Desde a década de 80, movimentos de mulheres rurais têm travado lutas históricas reivindicando a superação das desigualdades de gênero no Brasil. Na construção desta outra realidade possível, sustentável e justa, a agroecologia e feminismo têm se consolidado como potências para a reinterpretação das relações das pessoas com a natureza e das pessoas entre si.

Como parte desse processo e impulsionando a reflexão acadêmica, a inserção nas políticas públicas e as lutas dos movimentos sociais, acontece de 8 a 11 de abril em Recife (PE), o III Colóquio Internacional Feminismo e Agroecologia. Pesquisadoras, técnicas e agricultoras do Brasil, Uruguai, França, Reino Unido, Índia, Espanha, Senegal e Suíça encabeçam a organização do evento, que aposta na integração de conhecimentos e experiências produzidos no contexto acadêmico, no dia a dia das organizações de assistência técnica e extensão rural, bem como nas lutas protagonizadas por movimentos sociais de mulheres rurais para enriquecer as reflexões sobre Feminismo e Agroecologia.

Integrante do comitê organizador do III CIFA e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Andrea Butto explica que, além de aprofundar um conjunto de debates sobre “Trabalho, Cuidados e Bens Comuns”, o III CIFA tem o papel central de construir uma rede internacional com distintos saberes e experiências em torno dessas temáticas; articulando uma agenda conjunta não apenas de pesquisa, mas de intervenção no plano internacional, em particular no diálogo entre os países do Sul.

Butto avalia que o Colóquio tem grande importância no contexto vivido, de avanço na globalização dos sistemas agroalimentares mundiais, ao fortalecer e iniciativas de resistências no plano transnacional e a crescente luta feminista em torno dessa agenda.

Mesas redondas, conferências, apresentações de trabalhos (orais ou pôster) em Grupos de Trabalhos (GTs), minicursos, intercâmbios de experiências, Feira de Saberes e Sabores e atividades culturais compõem a ampla programação do Colóquio, com abordagens de diferentes temas e dimensões da agroecologia, sob a perspectiva das mulheres. Conheça algumas das atividades e seus prazos!

Apresentações nos GTs Temáticos

Estão abertas até o dia 30 de janeiro as inscrições para apresentações de resumos expandidos, nos diferentes Grupos de Trabalho, que serão coordenados por pesquisadoras, técnicas e agricultoras. Podem ser inscritos trabalhos científicos (com resultados de pesquisas, estudos ou ensaios teóricos inovadores); relatos de experiências técnicas (apresentação de experiências sobre ações desenvolvidas por instituições de ensino, pesquisa ou extensão em parceria com a sociedade civil); e relatos de experiências populares (relatos de experiências apresentadas pelas próprias agricultoras familiares, camponesas, agricultoras tradicionais, lideranças e organizações sociais de mulheres rurais). O comitê científico do evento indicará se a proposta será apresentada na forma oral ou pôster. Conheça aqui a relação dos GTs e se inscreva

Mostra Dona Lia de Cinema

Apostando na potencialidade educacional e sensibilizadora das produções audiovisuais, a Mostra Dona Lia de Cinema recebe, até o dia 7 de fevereiro, inscrições de produções independentes dirigidas por mulheres, abordando as temáticas trabalho, cuidado, bens comuns e suas interfaces com Feminismo e Agroecologia. Curtas de atéWhatsApp Image 2019-01-07 at 23.15.32.jp 23 minutos vão ser exibidos e debatidos, na intenção de fortalecer reflexões que tenham como norte a construção de relações justas, igualitárias e equilibradas entre as pessoas com o meio ambiente.

A mostra homenageia Maria Ferreira de Lima Sousa – Dona Lia – primeira mulher a assumir uma presidência de Sindicato de Trabalhadores Rurais (STR’s) em Pernambuco em 1984, cargo até aquele momento ocupado por homens; abrindo caminho para tantas outras “Lias” que viriam e lutando para que a participação feminina fosse um direito assegurado. Saiba mais e se inscreva neste link.

Para mais informações e inscrições, as pessoas interessadas podem acessar o site do III Colóquio Internacional Feminismo e Agroecologia.